Transição para Líderes de equipes não é apenas uma questão de números e resultados finais, é também uma questão de profunda transformação pessoal. Os líderes devem pensar e sentir de modo diferente e envolve muito mais que aquisição de habilidades e competências.
As mudanças das últimas décadas provocaram fortes impactos nas estruturas organizacionais, nos modelos de gestão, na tecnologia instalada, no perfil, na capacitação dos novos profissionais, com expectativas imediatas, no perfil multifuncional, necessidades de novos desafios, formas diferentes de pertencimento, de inclusão nos grupos...
Hoje, membros de equipes de alto desempenho são responsáveis pela qualidade, segurança, administração, produtividade, custos, programação de horas extras, férias, lidar com questões de desempenho... Alguns poderão dizer que isto não é possível, mas é, e geram muitos resultados.
A mudança não é rápida, entretanto, mas seus resultados acontecem na medida que vão se desenvolvendo e amadurecendo.
As equipes, quando devidamente trabalhadas, respondem mais rapidamente que seus líderes. Gestores se questionam: Com as equipes assumindo tantas responsabilidades importantes, o que sobra para o gestor fazer?
A importância de trabalhar e desenvolver seus líderes neste sentimento de esvaziamento, onde seu papel muda, e no qual tem que delegar, e não ”delargar” o que atualmente faz e diz que não tem pessoas capacitadas para realizar.
As equipes são preparadas para que isto ocorra, contudo se o líder não estiver também prepara, ele acaba dificultando esse processo de desenvolvimento e evolução, necessário para a organização e para o próprio. Muitos Líderes relatam períodos de dúvidas e preocupação. Para alguns isso pode se tornar uma longa e difícil transição, nenhuma transformação acontece da noite para o dia, é um processo de transformação pessoal e profissional, trabalhando seu conhecimento, seu comportamento, suas expectativas, seus temores, suas dificuldades e suas ações a serem realizadas pelos líderes e suas equipes.
Todos os Líderes encontram dificuldades para delegar mais, relatam que, constantemente, ainda enfrentam dificuldades para deixar a equipe o se descreveram na batalha constante que ainda enfrentam para deixar a equipe realizar o seu trabalho com mais autonomia. No entanto, todos eles passaram por momentos de verdade quando a equipe lidera, em determinadas situações, muito melhores que os lideres poderiam esperar.
Em um ambiente onde precisam extrair cada boa ideia de todo profissional, em um modelo participativo em busca de melhores resultados, cada vez fica mais desafiador, de aceitar estilos gerenciais que oprimem e intimidam.
Quando o processo é conduzido e acompanhado, passa por três fases para o Líder se tornar profissional de uma equipe.
Papel do Líder na Fase Pré-Equipe
Começa quando a organização passa a considerar a utilização de equipes; ela termina quando as equipes foram demarcadas oficialmente e realizam suas primeiras reuniões.
Você está com um gestor na fase pré-equipe se você está:
Percebendo a necessidade de mudança;
Completando uma avaliação de grau de receptividade da sua organização, da cultura, dos valores necessários e as áreas que precisam ser envolvidas;
Definindo valores da organização para impulsionar comprometimento em direção a uma cultura mais energizada.
Ainda está em dúvida se a equipe vai funcionar;
Respondendo aos que estão receosos com o conceito de equipes;
Inseguro de como será seu novo papel;
Reconfigurando papéis e responsabilidades em todo os níveis para facilitar a tomada de decisão;
Projetando os limites de cada equipe, isto é, o grau de autonomia que cada equipe terá;
Deixando claro para a equipe qual o seu papel como gestor (cargo) e membro desta equipe. Nunca esquecendo que no papel de gestor não deixa de ser membro da equipe.
Papel do Líder na fase da Nova Equipe
Logo você verá que passará boa parte do seu tempo treinando membros e os encaminhando para treinamento e para enfrentar novas responsabilidades, que costumava ser uma parte e, antiga, da sua responsabilidade e por fim, você assume novas tarefas e ações mais táticas e estratégicas.
Construir com os Líderes e com seus pares de gestão, de uma visão sistêmica e da possibilidade de construírem uma equipe de gestores, trabalhando aspetos comportamentais, e técnicos;
Lutar com o desafio de voltar atrás e verificar que se a equipe está em desenvolvimento e energizada, caso sim, ela não irá demostrar interesse nesse retrocesso, mesmo que num primeiro momento sinta que suas atribuições tenham aumentado. Contrapartida, a equipe gosta de participar, de ser escutada e de fazer parte ativa de mudanças e ações;
Observar atitudes e comportamentos se adequando aos conceitos de equipe;
Procurar mais informações sobre a empresa para dividir com sua equipe.
O Papel do Líder na Fase de Equipe Madura
Bem, o que restou para o Líder fazer?
Muitas coisas...
Não é só o seu papel de treinador contínuo. À medida que as equipes assumem papéis mais complexos, seu papel e sua visão se expandem, você passa a liderar gradativamente projetos especiais;
Investindo seu tempo em melhorias estratégias, produtos e serviços. Desenvolvendo sua equipe para assumir novas responsabilidades, aumentando o grau de autonomia da equipe e construindo e avaliando seu grau de maturidade. Vai observar que sua equipe produzirá picos de resultados nesse momento, tendo qualidade e alta performance.
Esta lançado o desafio, você topa?
Susana Marques Azzi
Psicóloga, Consultora de Desenvolvimento Humano nas Organizações, Coach de Líderes e Equipes de Alta Perfomance.
